15 maio 2016
Críticas
Só existe um jeito do país melhorar. Basta que ele reconheça que precisa melhorar. Para isto é preciso que se reconheça que é preciso melhorar. Fingir que está tudo bem não torna as coisas melhores. Somente as críticas ouvidas dão oportunidade de aperfeiçoamento.
04 julho 2015
Diversão
Para me distrair dessa minha vida que vai mal, presto atenção na dos outros.
Na minha geração, os fofoqueiros sentavam na calçada e vigiavam quem passava. Isto nunca foi agradável pra mim, mas eles se divertiam enquanto esperavam a morte chegar.
Hoje a nova safra de fofoqueiros são fabricados em casa mesmo, vigiando tudo pela internet. Isto nunca é agradável pra mim, mas eles se divertem enquanto esperam a morte chegar.
Na minha geração, os fofoqueiros sentavam na calçada e vigiavam quem passava. Isto nunca foi agradável pra mim, mas eles se divertiam enquanto esperavam a morte chegar.
Hoje a nova safra de fofoqueiros são fabricados em casa mesmo, vigiando tudo pela internet. Isto nunca é agradável pra mim, mas eles se divertem enquanto esperam a morte chegar.
Sua diversão, sim, é um bom indicador do caráter do homem.
"Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo. " -- Goethe
"Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo. " -- Goethe
26 março 2011
Hercílio e o pardal
...
A mesma vista, diferentes sensações
A mesma vista, diferentes sensações
***
Acomodou-se na cadeira de balanço para observar a paisagem que a natureza fornecera. Hercílio rememorou um pouco os tempos idos e imaginava como seria passar o resto da tarde sentindo o vento refrescante enquanto lia um dos velhos romances empoeirados. Fazia tempo que não lia mais. Resolveu reler um dos exemplares da estante e percebeu que era o mesmo que estar lendo o livro pela primeira vez, sua memória realmente estava fraca. Quando chegou na página quarenta, sentiu a visão tremer um pouco e marcou a página para pausar a leitura durante alguns minutos. Observou novamente toda a paisagem já conhecida e sorriu para si mesmo, sentindo-se em paz.
Havia um pardal pousando perto de uma árvore ali próximo, a uns cento e vinte metros. O pardal, no gramado verde, se movia a intervalos vagos e parecia perder a timidez enquanto ia se aproximando de Hercílio e sua cadeira de balanço. No entanto, Hercílio só notou o pássaro quando este estava a uns vinte metros de distância. O pardal continuou a se aproximar até uma distância de três metros, ou menos, quando resolveu surpreender o homem:
-- No céu, as regras mudaram. Agora eu me encarrego deste serviço. Hercílio, meu querido, sua partida está próxima. Arrume sua bagagem, não esqueça de levar nada, ouviu? -- Logo o pardal levantou vôo como se espantado por algum movimento ameaçador, inexistente.
Hercílio experimentou uma sensação incrível. Instintivamente sabia que o pardal dera a mensagem corretamente: seus dias se foram, e era hora de partir. No entanto, toda a bagagem de Hercílio estava espalhada pelos cantos do mundo. O menos importante estava à mão, o mais importante tão distante quanto o próprio sol. De tudo o que havia, geografia era o menor dos problemas e, observando novamente a paisagem conhecida ao seu redor, Hercílio chorou. Nunca havia notado como deixara o tempo passar e as coisas dispersarem.
Havia um pardal pousando perto de uma árvore ali próximo, a uns cento e vinte metros. O pardal, no gramado verde, se movia a intervalos vagos e parecia perder a timidez enquanto ia se aproximando de Hercílio e sua cadeira de balanço. No entanto, Hercílio só notou o pássaro quando este estava a uns vinte metros de distância. O pardal continuou a se aproximar até uma distância de três metros, ou menos, quando resolveu surpreender o homem:
-- No céu, as regras mudaram. Agora eu me encarrego deste serviço. Hercílio, meu querido, sua partida está próxima. Arrume sua bagagem, não esqueça de levar nada, ouviu? -- Logo o pardal levantou vôo como se espantado por algum movimento ameaçador, inexistente.
Hercílio experimentou uma sensação incrível. Instintivamente sabia que o pardal dera a mensagem corretamente: seus dias se foram, e era hora de partir. No entanto, toda a bagagem de Hercílio estava espalhada pelos cantos do mundo. O menos importante estava à mão, o mais importante tão distante quanto o próprio sol. De tudo o que havia, geografia era o menor dos problemas e, observando novamente a paisagem conhecida ao seu redor, Hercílio chorou. Nunca havia notado como deixara o tempo passar e as coisas dispersarem.
...
16 fevereiro 2011
Insônia, estatística, vícios e ansiedade
O que fazer para conseguir dormir? Já são 1 da manhã e não durmo. Ontem durmi às 3 horas, ante-ontem às 4. Queria me organizar, acordar cedo para aproveitar melhor o dia que está por vir, o amanhã...
Para dormir, tento malabarismos de distração: ver um episódio de uma série americana, talvez estudar algo chato, quem sabe avançar um pouco na leitura do livro da vez, entre outras coisitas mais... O problema é que o pensamento voa como se atraído a certos pontos delicados do meu pensar, aqueles pontos onde residem meus medos e onde minha imaginação aflora sempre para pior, excepcionalmente quando algo escapa ao controle; me sinto fraco.
Estatísticos tiram médias e discutem o resultado. Seguindo esta premissa eu mentalizo o conjunto de noites que venho tendo e me questiono por que a média é assim tão fora da média? Em geral as outras pessoas conseguem acordar cedo e ir ao trabalho em horários que eu acordaria com baixíssima disposição. Naturalmente, é questão de costume (interpretação da média) e isto só se pode mudar querendo. A conclusão é que eu não quero...
Eu tenho medo de vícios. Como posso distinguir que não se trata de um vício que adquiri e não é de fato apenas um fruto de minha vontade? Aliás, conforme conversei com uma das meninas que moram comigo aqui, "você não se vicia em algo que não goste, em geral você só alimenta algo que sente prazer". Daí interpretar a preguiça em não acordar cedo como vontade própria ou vício parece um tanto complicado. Apelarei, novamente aqui, para a estatística.
Visitando blogs e pesquisando pela internet, lembro de ter achado um cara falando que se você não consegue ficar sem fazer algo (era algo específico) por 30 dias, então você não é viciado naquilo. Concluo disto que, se você falhar, você é um viciado. A princípio achei o número alto, mas acho agora compatível com o argumento matemático: quanto maior o conjunto de dados melhor a sua estatística. Eu incluiria que se você consegue se abster por duas semanas sem sentir falta alguma (só que aqui você poderia enganar a si mesmo), você já poderia se sentir livre.
Uau! Me senti fazendo uma tempestade em copo d'água agora: toda esta conversa de vícios apenas por acordar tarde todos os dias? Claro que não. É sempre mais fácil escrever com analogias, não é mesmo? Diversos vícios, grandes e pequenos, ocupam minha cabeça estes dias, principalmente à noite, antes de dormir. Note que a grandeza ou não deles é algo completamente pessoal. Em particular, me pego pensando em quantos pequenos vícios não temos e que nem nos importamos (motivo para explorar o sono tardio).
Me pego pensando que o problema essencial seja da ansiedade. Quando você está com a cabeça no travesseiro pensa na namorada distante, no primo em apuros, na mãe preocupada, no futuro incerto e na besteira que pode ou não ter feito quando fez ou não alguma coisa... A solução parece ser colocar um vídeo pra distrair e esquecer. Tudo bem, isto resolve, mas não pra sempre: daqui a algum tempo você está ali com o pensamento fixo no mesmo problema e nada melhorou, recorre novamente à alguma distração, mas depois o problema teima em se fazer presente; só que o tempo, às vezes, dá aquela impressão de que tudo piorou. Se você se sente um merda, o que poderia fazer para se sentir melhor: se distrair? Lá vai você alimentar algo que, na verdade, não resolve nada e ainda adia a questão para que algum dia possa ficar ainda pior... Bem, é meio assim que me sinto hoje, caso não resolver os meus vícios; como estou longe de resolvê-los, a ansiedade me pega desprevenido e me deixa pra baixo.
O problema da ansiedade é que parece não haver meios de se desvencilhar dela. O que me foi sugerido foi que eu deveria, imagina só, me distrair! Se não der ouvidos para os pensamentos ruins que teimam em me colocar para baixo, as coisas vão melhorando e eles vão sumindo (neste ponto devo confessar que já obtive resultados positivos), mas e a questão de distinguir o vício? De ficar se enganando com uma ilusão? Bem, acho que a diferença esteja na frequência (por causa da tal estatística) e no quanto você se apega à distração. Existem pensamentos que aparecem e que uma leve distração os leva embora; estes não são problemas: se são ruins são fruto da cabeça, que deve estar sensivel à negatividade. Se mesmo depois de algumas distrações o pensamento negativo ficar, acho que ele deve ser trabalhado de algum jeito: é algum tabu ou alguma história que pede para ser resolvida; neste caso, eu penso que escapar não seja a solução saudável.
Acho que este texto ficou bem "auto-ajuda", mas senti que seria interessante registrar o conjunto mais coeso de idéias que tenho atualmente a respeito, além do próprio momento. Eu não acho que seja fácil falar sobre estes temas quando lhe são atuais, mas mais difícil ainda é colocar as (supostas) soluções em prática. No entanto, eu acredito que isto nos retorna à questão do querer.
Para dormir, tento malabarismos de distração: ver um episódio de uma série americana, talvez estudar algo chato, quem sabe avançar um pouco na leitura do livro da vez, entre outras coisitas mais... O problema é que o pensamento voa como se atraído a certos pontos delicados do meu pensar, aqueles pontos onde residem meus medos e onde minha imaginação aflora sempre para pior, excepcionalmente quando algo escapa ao controle; me sinto fraco.
Estatísticos tiram médias e discutem o resultado. Seguindo esta premissa eu mentalizo o conjunto de noites que venho tendo e me questiono por que a média é assim tão fora da média? Em geral as outras pessoas conseguem acordar cedo e ir ao trabalho em horários que eu acordaria com baixíssima disposição. Naturalmente, é questão de costume (interpretação da média) e isto só se pode mudar querendo. A conclusão é que eu não quero...
Eu tenho medo de vícios. Como posso distinguir que não se trata de um vício que adquiri e não é de fato apenas um fruto de minha vontade? Aliás, conforme conversei com uma das meninas que moram comigo aqui, "você não se vicia em algo que não goste, em geral você só alimenta algo que sente prazer". Daí interpretar a preguiça em não acordar cedo como vontade própria ou vício parece um tanto complicado. Apelarei, novamente aqui, para a estatística.
Visitando blogs e pesquisando pela internet, lembro de ter achado um cara falando que se você não consegue ficar sem fazer algo (era algo específico) por 30 dias, então você não é viciado naquilo. Concluo disto que, se você falhar, você é um viciado. A princípio achei o número alto, mas acho agora compatível com o argumento matemático: quanto maior o conjunto de dados melhor a sua estatística. Eu incluiria que se você consegue se abster por duas semanas sem sentir falta alguma (só que aqui você poderia enganar a si mesmo), você já poderia se sentir livre.
Uau! Me senti fazendo uma tempestade em copo d'água agora: toda esta conversa de vícios apenas por acordar tarde todos os dias? Claro que não. É sempre mais fácil escrever com analogias, não é mesmo? Diversos vícios, grandes e pequenos, ocupam minha cabeça estes dias, principalmente à noite, antes de dormir. Note que a grandeza ou não deles é algo completamente pessoal. Em particular, me pego pensando em quantos pequenos vícios não temos e que nem nos importamos (motivo para explorar o sono tardio).
Me pego pensando que o problema essencial seja da ansiedade. Quando você está com a cabeça no travesseiro pensa na namorada distante, no primo em apuros, na mãe preocupada, no futuro incerto e na besteira que pode ou não ter feito quando fez ou não alguma coisa... A solução parece ser colocar um vídeo pra distrair e esquecer. Tudo bem, isto resolve, mas não pra sempre: daqui a algum tempo você está ali com o pensamento fixo no mesmo problema e nada melhorou, recorre novamente à alguma distração, mas depois o problema teima em se fazer presente; só que o tempo, às vezes, dá aquela impressão de que tudo piorou. Se você se sente um merda, o que poderia fazer para se sentir melhor: se distrair? Lá vai você alimentar algo que, na verdade, não resolve nada e ainda adia a questão para que algum dia possa ficar ainda pior... Bem, é meio assim que me sinto hoje, caso não resolver os meus vícios; como estou longe de resolvê-los, a ansiedade me pega desprevenido e me deixa pra baixo.
O problema da ansiedade é que parece não haver meios de se desvencilhar dela. O que me foi sugerido foi que eu deveria, imagina só, me distrair! Se não der ouvidos para os pensamentos ruins que teimam em me colocar para baixo, as coisas vão melhorando e eles vão sumindo (neste ponto devo confessar que já obtive resultados positivos), mas e a questão de distinguir o vício? De ficar se enganando com uma ilusão? Bem, acho que a diferença esteja na frequência (por causa da tal estatística) e no quanto você se apega à distração. Existem pensamentos que aparecem e que uma leve distração os leva embora; estes não são problemas: se são ruins são fruto da cabeça, que deve estar sensivel à negatividade. Se mesmo depois de algumas distrações o pensamento negativo ficar, acho que ele deve ser trabalhado de algum jeito: é algum tabu ou alguma história que pede para ser resolvida; neste caso, eu penso que escapar não seja a solução saudável.
Acho que este texto ficou bem "auto-ajuda", mas senti que seria interessante registrar o conjunto mais coeso de idéias que tenho atualmente a respeito, além do próprio momento. Eu não acho que seja fácil falar sobre estes temas quando lhe são atuais, mas mais difícil ainda é colocar as (supostas) soluções em prática. No entanto, eu acredito que isto nos retorna à questão do querer.
24 dezembro 2010
São estas as desculpas?
Tudo tava bem, a história estava no final feliz, talvez. Aquele sentimento de que estava na hora de passar para o próximo estágio, de encarar novos adversários ou, quem sabe mais precisamente, encarar a "Grand Line" (Ref.: One Piece).
Foi então que mergulhei neste mar de novas possibilidades, mas isto significou que devia deixar todo o mundo antigo atrás, enquanto navego em novas águas. Embora meu trajeto esteja apenas no início, todo o desapego cobrado pesa mais do que eu jamais imaginaria. Tem que ser assim. Tem que ser assim.
Tudo bem pra mim, mas parte do meu objetivo se encontra deste lado antigo, enquanto outra parte se encontra nesta novidade. Será, eu me pergunto, que eu não posso conciliar duas coisas distantes? Na verdade, sinto que minha felicidade depende desta conciliação e meu objetivo local (digo, por hora) é conseguir conceituar e "aprender" a conciliar.
Os pitaqueiros de plantão querem facilitar minha decisão com sugestões do tipo "solta e depois pega", "deixa e supera" ou "desiste e volta", entre diversas variações combinativas; mas a verdade é que, quando medito em algum momento de mais calma alma que posso alcançar nesta situação que tanto me perturba, enxergo que o caminho que eu escolho (que precisa daquela conciliação) faz parte do meu objetivo moral em vida. Para esclarecer sobre os pitaqueiros, eles são mais probabilidades que pessoas reais...
A única coisa que temo é machucar, enquanto aprendo a conviver com mundos ainda não conciliados, aquelas pessoas que amo e que descubro dia-a-dia que ainda mais as amo. Na prática, a revolução sentimental atira em inocentes sem querer, ou pela cegueira que a alta neblina da dúvida do mar tormentuoso sustenta enquanto navego, ou simplesmente pela instintiva defesa de quem sente uma aparente fraqueza que esta dúvida e o desconhecido futuro trazem.
Como passei estes dias? Estressado, preguiçoso, instável e duvidoso. Creio que pelo tudo exposto.
Foi então que mergulhei neste mar de novas possibilidades, mas isto significou que devia deixar todo o mundo antigo atrás, enquanto navego em novas águas. Embora meu trajeto esteja apenas no início, todo o desapego cobrado pesa mais do que eu jamais imaginaria. Tem que ser assim. Tem que ser assim.
Tudo bem pra mim, mas parte do meu objetivo se encontra deste lado antigo, enquanto outra parte se encontra nesta novidade. Será, eu me pergunto, que eu não posso conciliar duas coisas distantes? Na verdade, sinto que minha felicidade depende desta conciliação e meu objetivo local (digo, por hora) é conseguir conceituar e "aprender" a conciliar.
Os pitaqueiros de plantão querem facilitar minha decisão com sugestões do tipo "solta e depois pega", "deixa e supera" ou "desiste e volta", entre diversas variações combinativas; mas a verdade é que, quando medito em algum momento de mais calma alma que posso alcançar nesta situação que tanto me perturba, enxergo que o caminho que eu escolho (que precisa daquela conciliação) faz parte do meu objetivo moral em vida. Para esclarecer sobre os pitaqueiros, eles são mais probabilidades que pessoas reais...
A única coisa que temo é machucar, enquanto aprendo a conviver com mundos ainda não conciliados, aquelas pessoas que amo e que descubro dia-a-dia que ainda mais as amo. Na prática, a revolução sentimental atira em inocentes sem querer, ou pela cegueira que a alta neblina da dúvida do mar tormentuoso sustenta enquanto navego, ou simplesmente pela instintiva defesa de quem sente uma aparente fraqueza que esta dúvida e o desconhecido futuro trazem.
Como passei estes dias? Estressado, preguiçoso, instável e duvidoso. Creio que pelo tudo exposto.
04 agosto 2010
Songs:
[1]
(I wish I could - Santanna)
I wish I could stop by your home
I wish I could knock on your gate
I wish I could ask for some water
And then, I wish I could touch your hands
And then, We could talk about love
And then, I could show you my love
You know, I am in love with you
Since I was little, since I was younger
You know, I am so afraid to say
That I'm burning, that I'm boiling
[2]
(I just wanna have a love - Gilberto Gil)
I feel that I don't have a honey
I feel that I don't have a love
Include that I don't have anybody
I take my life so alone
I just wanna have a love
I just wanna stop to suffer
pretty girl for me
with my way, like this
to cheep up the way I live
...
(I wish I could - Santanna)
I wish I could stop by your home
I wish I could knock on your gate
I wish I could ask for some water
And then, I wish I could touch your hands
And then, We could talk about love
And then, I could show you my love
You know, I am in love with you
Since I was little, since I was younger
You know, I am so afraid to say
That I'm burning, that I'm boiling
[2]
(I just wanna have a love - Gilberto Gil)
I feel that I don't have a honey
I feel that I don't have a love
Include that I don't have anybody
I take my life so alone
I just wanna have a love
I just wanna stop to suffer
pretty girl for me
with my way, like this
to cheep up the way I live
...
12 julho 2010
Vontades
"Ando escravo da alegria
hoje em dia, minha gente,
isto não é normal"
(Toquinho e Miltinho)
hoje em dia, minha gente,
isto não é normal"
(Toquinho e Miltinho)
Eu tenho medo desta escravidão
e acho que hoje em dia, senhores, ela é sim normal
e acho que hoje em dia, senhores, ela é sim normal
23 março 2010
My first composition
I live with my mother and stepfather in an apartment. Our home has only two bedrooms, but it's enough for us. In Paulista, where we live, there isn't a train system, and the bus lines aren't enough for the population. The bus station is crowded. I study at UFPE and I used to go by bus to my classes, now I go by motorcycle. I spend less time and less money.
I am 24 and I have thought about moving to another city. There are some reasons, such as learning to be independent and, more important, meeting several scientists who I can exchange information with. A nice city to move by those reasons is São Paulo. There I can improve my research and learn physics in a different way.
Paulista doesn't have as many traffic jams as São Paulo and here the traffic jam isn't as long as there. I need to live next to the university. I would need enough space to cook, to sleep and to study, my new house doesn't need to be as confortable as my current home.
I wish my neighborhood were silent and weren't gossipers in this new place. At least, they could be as quiet as my current neighbors. I like them, but I hardly ever interact with them. I have heard the "Paulistas" are cold and always busy, I hope it's good to me, however. I wish I could improve my physics and English there. And, of course, I wish I were happy!
I am 24 and I have thought about moving to another city. There are some reasons, such as learning to be independent and, more important, meeting several scientists who I can exchange information with. A nice city to move by those reasons is São Paulo. There I can improve my research and learn physics in a different way.
Paulista doesn't have as many traffic jams as São Paulo and here the traffic jam isn't as long as there. I need to live next to the university. I would need enough space to cook, to sleep and to study, my new house doesn't need to be as confortable as my current home.
I wish my neighborhood were silent and weren't gossipers in this new place. At least, they could be as quiet as my current neighbors. I like them, but I hardly ever interact with them. I have heard the "Paulistas" are cold and always busy, I hope it's good to me, however. I wish I could improve my physics and English there. And, of course, I wish I were happy!
15 janeiro 2010
Vamos à farmácia?
Ele chegou em casa com uma tremenda dor de cabeça. Tomou um dorflex, ou algo parecido. Sentou-se no sofá e folheou a revista procurando notícias do Haiti, tremendo terremoto aquele.
A esposa estava na cozinha o tempo todo. Chorava baixinho, a filha estava doente. Fumava um Hollywood enquanto relaxa e pensa na sua vida rotineira e triste.
A filha estava doente, sim. O médico receitou várias pílulas, duas vezes ao dia; três vezes ao dia. Sete semanas ou três meses. Era tudo remédio. Um monte de datas e monte de exames.
O filho saiu do quarto. A mãe grita, o pai concorda. A irmã está doente, oras. Ele volta ao quarto sem saber que está irritadíssimo porque tem que fazer algumas das tarefas da irmã. Liga a televisão pra distrair, pra acalmar.
A mãe lembra que a casa não pode se cuidar sozinha. Levanta e vai fazer a comida. Abre uma nova garrafa de cerveja e enquanto bebe lembra de quando seus filhos eram pequenos.
A filha acordou. O quarto vazio e silencioso deixou ela nervosa. Não queria ficar parada. Tinha que voltar a trabalhar, nunca seria promovida enquanto estivesse na cama.
O irmão foi falar com a filha mas é um vagabundo. Depois de se sentir humilhado corre pra conversar com os amigos. Talvez algum deles saiba como fazê-lo relaxar...
O pai vê e concorda. Filho rebelde. Filha doente. Mulher infeliz. "Esqueça, é assim mesmo". Amanhã tem que trabalhar pra sustentar a casa. Vai dormir pensando em sexo fora de casa.
A mãe liga, o filho está na casa do amigo. Tudo bem. Se despede da filha, o marido já dorme. A esposa nunca consegue dormir tão fácil. Pra não perder a manhã, toma o remédio. Não dorme mais sem ele.
A esposa estava na cozinha o tempo todo. Chorava baixinho, a filha estava doente. Fumava um Hollywood enquanto relaxa e pensa na sua vida rotineira e triste.
A filha estava doente, sim. O médico receitou várias pílulas, duas vezes ao dia; três vezes ao dia. Sete semanas ou três meses. Era tudo remédio. Um monte de datas e monte de exames.
O filho saiu do quarto. A mãe grita, o pai concorda. A irmã está doente, oras. Ele volta ao quarto sem saber que está irritadíssimo porque tem que fazer algumas das tarefas da irmã. Liga a televisão pra distrair, pra acalmar.
A mãe lembra que a casa não pode se cuidar sozinha. Levanta e vai fazer a comida. Abre uma nova garrafa de cerveja e enquanto bebe lembra de quando seus filhos eram pequenos.
A filha acordou. O quarto vazio e silencioso deixou ela nervosa. Não queria ficar parada. Tinha que voltar a trabalhar, nunca seria promovida enquanto estivesse na cama.
O irmão foi falar com a filha mas é um vagabundo. Depois de se sentir humilhado corre pra conversar com os amigos. Talvez algum deles saiba como fazê-lo relaxar...
O pai vê e concorda. Filho rebelde. Filha doente. Mulher infeliz. "Esqueça, é assim mesmo". Amanhã tem que trabalhar pra sustentar a casa. Vai dormir pensando em sexo fora de casa.
A mãe liga, o filho está na casa do amigo. Tudo bem. Se despede da filha, o marido já dorme. A esposa nunca consegue dormir tão fácil. Pra não perder a manhã, toma o remédio. Não dorme mais sem ele.
10 dezembro 2009
Vida Solta
Lembro que, quando tinha 16 anos, eu entrei num desses bate papos da internet e fiquei tentando puxar assunto com todo tipo de gente, meninas, garotos; alguém com quem pudesse passar o tempo brincando e descobrindo o mundo internético. Acho que era a época que o mIrc estava em alta, mas não tenho certeza. Eu não tinha computador, então provavelmente estava dormindo na casa de um primo quando passava a noite na internet: nunca paguei uma lan house.
O pessoal que frequentava não era muito de conversa com um menino novato. As garotas estavam todas sobrecarregadas e os caras doidos atrás de conversar com as meninas. Houveram duas ou três vezes que eu mesmo troquei meu nick para algo que se supunha fosse de uma garota e então os caras puxavam papinho besta. Eu adorava ficar zoando a cara deles: dizia que era uma menina assim, assada, loira, morena; era interessante ver a reação dos caras às paradinhas que eu dizia e a vontade deles de impressionar.
Um vez, no entanto, ocorreu um evento que me minha memória não deixou escapar com tanta facilidade: no tardar da noite sobrou numa sala eu e um cara que tinha 21 anos. Resolvemos conversar sobre mulher e tal, só que eu me achava altamente nerd e expus isto, enquanto o cara se achava o maior desenrolado e expôs isto também.
Ele dizia que já tinha feito muita doidera na vida dele, que já tinha raparigado demais e aproveitado a vida até demais da conta. Agora ele pretendia ficar quieto, a impressão que me deu é que ele estava namorando certinho com alguma mulher e estava satisfeito em levar aquela vida mansa pelo resto da vida dele, impressionado, talvez, consigo mesmo por estar gostando disto.
Eu dizia que nunca tinha namorado e que estava de molho por muito tempo já, mas que minha timidez me impedia de fazer algo para me tirar desta situação. O cara tentava me levantar com frases tipo "levantar a auto estima" ou "mulher procura homem seguro", etc. Acho, inclusive, que ele usou muito pouco o discurso de que "o tempo passa e não volta" que sempre assusta quem acha que está perdendo tempo na vida.
É interessante voltar a isto, pois cheguei a dizer a ele que pra mim casar e ter vida fixa era um plano muito distante, e que eu na idade dele iria começar a sair mais, a paquerar mais, ao menos esperava; eu aleguei que ele estava realmente muito novo para compromissos sérios. Ele riu e disse que já estava cansado da vida "solta", "tudo bem" - pensei.
Hoje eu tenho 24 anos. Minha vida não mudou muito do que era naquele tempo: continuo estudando, continuo altamente caseiro, solteiro a mais de um ano... Embora eu seja um cara que goste e tente estimular a mudança, sequer meu pensamento quanto isto mudou: continuo a pensar que ele era novo, que eu estava despreparado pra enfrentar a timidez e que na idade dele (que ele tinha) nunca se deveria pensar em casamento.
É verdade, porém, que a gente tem necessidade de se prender a alguém e se manter fixo; de se sentir necessário e amado e de pensar que sentem sua falta, quando não está. A esta necessidade muita gente reage encontrando novos amores, buscando livremente entre as faces e os corpos que erram em suas vidas, e eu mesmo já procurei assim. O tão antigo "amor inventado" de Cazuza...
Bem, embora eu gostaria muito de ter um amor pertinho de mim, o que não é o caso atualmente, vou vivendo como posso, rsrs. De vez em quando ainda penso mais que ajo, e reflito coisas que muitos evitam refletir; mas é da minha natureza fazer isto desde sempre. Eu gosto, e talvez sempre gostarei.
O pessoal que frequentava não era muito de conversa com um menino novato. As garotas estavam todas sobrecarregadas e os caras doidos atrás de conversar com as meninas. Houveram duas ou três vezes que eu mesmo troquei meu nick para algo que se supunha fosse de uma garota e então os caras puxavam papinho besta. Eu adorava ficar zoando a cara deles: dizia que era uma menina assim, assada, loira, morena; era interessante ver a reação dos caras às paradinhas que eu dizia e a vontade deles de impressionar.
Um vez, no entanto, ocorreu um evento que me minha memória não deixou escapar com tanta facilidade: no tardar da noite sobrou numa sala eu e um cara que tinha 21 anos. Resolvemos conversar sobre mulher e tal, só que eu me achava altamente nerd e expus isto, enquanto o cara se achava o maior desenrolado e expôs isto também.
Ele dizia que já tinha feito muita doidera na vida dele, que já tinha raparigado demais e aproveitado a vida até demais da conta. Agora ele pretendia ficar quieto, a impressão que me deu é que ele estava namorando certinho com alguma mulher e estava satisfeito em levar aquela vida mansa pelo resto da vida dele, impressionado, talvez, consigo mesmo por estar gostando disto.
Eu dizia que nunca tinha namorado e que estava de molho por muito tempo já, mas que minha timidez me impedia de fazer algo para me tirar desta situação. O cara tentava me levantar com frases tipo "levantar a auto estima" ou "mulher procura homem seguro", etc. Acho, inclusive, que ele usou muito pouco o discurso de que "o tempo passa e não volta" que sempre assusta quem acha que está perdendo tempo na vida.
É interessante voltar a isto, pois cheguei a dizer a ele que pra mim casar e ter vida fixa era um plano muito distante, e que eu na idade dele iria começar a sair mais, a paquerar mais, ao menos esperava; eu aleguei que ele estava realmente muito novo para compromissos sérios. Ele riu e disse que já estava cansado da vida "solta", "tudo bem" - pensei.
Hoje eu tenho 24 anos. Minha vida não mudou muito do que era naquele tempo: continuo estudando, continuo altamente caseiro, solteiro a mais de um ano... Embora eu seja um cara que goste e tente estimular a mudança, sequer meu pensamento quanto isto mudou: continuo a pensar que ele era novo, que eu estava despreparado pra enfrentar a timidez e que na idade dele (que ele tinha) nunca se deveria pensar em casamento.
É verdade, porém, que a gente tem necessidade de se prender a alguém e se manter fixo; de se sentir necessário e amado e de pensar que sentem sua falta, quando não está. A esta necessidade muita gente reage encontrando novos amores, buscando livremente entre as faces e os corpos que erram em suas vidas, e eu mesmo já procurei assim. O tão antigo "amor inventado" de Cazuza...
Bem, embora eu gostaria muito de ter um amor pertinho de mim, o que não é o caso atualmente, vou vivendo como posso, rsrs. De vez em quando ainda penso mais que ajo, e reflito coisas que muitos evitam refletir; mas é da minha natureza fazer isto desde sempre. Eu gosto, e talvez sempre gostarei.
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