24 dezembro 2006

Descrição Física

Pele e roupa molhadas de uma chuva que se via ao fundo, na janela aberta. A mulher com a cabeça no decote da roupa, entre os seios da amiga seca e aconchegante. Parece haver choro em seus olhos. Os cabelos negros longos se deixavam cair por cima da saia para enfim cair entre as coxas da outra tapando a obscuridade entre suas pernas. A amiga olha para o teto como se pedisse forças às divindades, tem suas mãos envolta como houvesse um movimento, um balanço, um vai-e-vem.
Ambas no sofá escuro numa cena escura, com janela escura ao fundo e havia muita chuva. No chão tinha uma agulha e alguma peça incompleta de crochè, rolos de diversas cores. A falta de iluminação impede de discernir o que é chão e o que é a mesinha central, de tal foma que parece haver um prato de uvas no chão e uma planta de centro no meio da sala. Um fusca negro de detalhe em grande distância é visível da janela.
A moça encharcada olha desamparadamente para um ponto que não existe, com rosto triste e fino, branco como a neve ou como presenciado a morte. O macacão molhado e a blusa branca colada ao corpo valorizando a mama... O jeans até meia coxa e depois as pernas brancas dobradas saindo do sofá. Havia um bolso estilo marsupial... Suas mãos envolviam a amiga por baixo, mas não dá pra ver onde vão parar.
A sala tem diversos quadros de paisagens e alguns de famílias pendurados na parede ao fundo, com um quase imperceptível relógio de ponteiro (02:43) e um quadro em especial, estático em posição inclinada, o desenho que trazia não é fácil de ver, alguns acreditam que seja na verdade um espelho, mas pequeno?
Talvez propositalmente há defeitos de nitidez nas bordas da cena, acusando possível defeito na visão do observador. Óleo sobre tela de Uljota.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uuuuuuuuaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuuuu!! meu querido, adorei a narração, as descriçoes estao perfeitas, mto legal!
orgulho te conhecer, cara.
bjussss (sou tu fã).

Anônimo disse...

Pelo andamento do texto esperava um final diferente.O leitor começa a imaginar e viajar mais no final acho que até o texto viajou. foi um flash!