24 abril 2008

Descrição Física 2

Do alto da mais alta torre na mais alta montanha se largou uma esfera, cintilante e perfeita, limpa e sinceramente ideal. Ela caía tão rápido quanto seu tempo de vôo. Linda ela se movia entre o ar infindo que circundava o ambiente. Atinge uma velocidade limite e continua, como se em algum momento fosse se chocar contra a terra dura e sólida ou a água clara e transparente que poderia haver embaixo.
A esfera, perfeitamente, era condutora de eletricidade. Todo aquele movimento e a resistência imposta pelo ar ia lhe eletrizando gradualmente, enquanto simultaneamente ela se tornava mais quente e mais translúcida. Tudo era energia: mecânica, elétrica, térmica...
A esfera, embora translucidada pelo atrito com o ar, ainda era razoavelmente refletora para se verificar a existência de um plano infinito, seja o céu seja a terra, que estava nas proximidades. O plano, visto através da esfera, era como se outra esfera por dentro, mas atrás do observador, que fixadamente tenta ver o que há atrás de si, não conseguindo escapar de sua própria imagem, embora menor e direita, virtual.
Aquele movimento era resultado da atração entre duas esferas, sendo a outra muito grande para ser percebida. Toda a eletricidade e calor adquiridos no processo anseavam se libertar do pequeno recipiente cintilante. Na verdade, a queda era uniforme, a eletrização já saturada, a energia já não mudava: tudo não mudava mais. Assim, é normal pensar que tudo já não passa de estática.
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Em 24 de Dezembro de 2006: primeira postagem depois de formatar por completo este blog: Descrição Física. A atual postagem é para lembrar os tempos remotos...

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